"... Caminhavam lado a lado. Silêncio absoluto. Ela estava tão abstraída nos seus pensamentos que nem deu conta que ele deitara uma lágrima. Ele quase não contia a tristeza que a cada segundo se apoderava dele.
Minutos depois deste episódio, ele mudou o rumo da caminhada e ela, dando conta disto, virou na mesma direcção. Agora reparava que ele estava diferente. Manteve-se em silêncio esperando que ele parasse, ou eventualmente, dissesse o que se passava. Ele caminhava de cabeça baixa. Não aguentando mais a pressão que se apoderava dela, pousou-lhe a mão sobre o ombro e fez com que ele olhasse para ela. Mal cruzaram os olhares, puxou-o para si, e abraçou-o. Abraçou-o com quanta força tinha. Com todo o amor que poderia transmitir através daquele gesto. Reparou que a respiração dele mostrava que tinha começado a chorar. Abraçou-o ainda com mais força. Não dizia nada, apenas chorava. Libertava-se assim do peso que se apoderava dele. Cerca de cinco minutos depois, limpou as lágrimas, e voltou à caminhada, desta vez, de mão dada, como se aquela mão lhe desse o conforto de que precisava..."
Sem comentários:
Enviar um comentário