sábado, 19 de março de 2011

Familia e companhia...

Neste momento sinto-me como se fosse diferente do mundo inteiro, no entanto sei que há casos iguais, parecidos ou até piores.
Nascida a 1 de Março de 1994 depois de uma cesariana, e segundo me dizem, de uma gravidez de perturbações. Tinha a mãe e os amigos todos à minha volta. Pai nenhum. Provavelmente nunca me viu. Foi obrigado pela minha mãe (e pela consciência) a registar-me como filha dele. Está lá no B.I o nome masculino. No entanto, quase toda a família paterna deu-me com os pés. O meu pai tem, salvo erro, 3 irmãos. Desses 3, só um me fala. É a tia dos anos, das perguntas carinhosas, do "tás tão crescida, uma mulherzinha", do Natal. A avó paterna também é capaz de me ver e nem sequer me dizer olá. Aliás, eu sobrevivi sem um único tostão daquela família. E no entanto estou aqui, mas se precisasse tenho quase a certeza que iria ser ignorada.
Esse senhor de abandonou uma filha, 4 anos depois engravida outra senhora doutra rapariga. Desta vez a concepção correu-lhe mal e a miúda teve uma doença grave. No entanto, 2 anos depois dela nascer, largou-a. A miúda continua a conviver com ele, mas nada como antes. A mãe da rapariga disse-me para conhecer o meu pai, sim, porque eu não o conheço, e eu recusei. Simplesmente acho que não tenho capacidade para lhe ver a cara e não lhe dizer umas boas coisas. Pena que esteja a um ano de fazer 18 anos, porque senão o senhor estava bem aviado comigo.
Depois disso, tenho primos e primos... Metade deles nem sequer são mesmo meus primos, mas curiosamente são os com quem me dou melhor.
A minha família é a minha mãe, e os meus avós maternos que me criaram. Estamos os 3 (eu e os avós) numa luta constante para curar a minha mãe de algo que se apodera dela e a faz ter atitudes vergonhosas. Hoje tenho vergonha da minha mãe por não ser a mãe que eu queria, felizmente tive a ajuda de todos, menos dela.
Não sou orfã, mas sinto-me como tal.

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