Há alguns anos que me dedico à leitura. Já vi muitos tipos de escrita, mas o tema geral é sempre o amor. E definições de amor já vi muitas. Pessoas que o viveram na primeira pessoa e que julgam saber descrever o que é amar. Agora tive uma pequena visão, e vi que não pode ser assim.
As opiniões são como os chapéus, há muitos. Eu tenho uma opinião diferente. Eu amei. Mas a verdade é que dei amor, esperando sempre o mesmo em troca. Sim eu esperava que o que dizia, aquela parte de mim que revelava, aquele suspiro que soltava, o sorriso que se abria, acabassem por me serem devolvidos. Tive a sorte disso acontecer. Eu não sei definir amor. O meu cérebro vê no outro tudo o que admiro. Eu admiro a inteligência, perspicácia, sentido de humor, sinceridade e coragem. E todos têm defeitos, mas eu quando amo alguém não vou dizer que gosto dos defeitos, apenas aprendi a lidar com eles. Aprendi a lidar com as pessoas possessivas, com as inseguras, com as teimosas, e com as violentas. Muitas vezes corria mal, mas tudo se resolvia.
Como referi uma das coisas que admiro é a sinceridade, e admito, não se é sincero sem coragem.
Eu não gosto de criticar negativamente ninguém, mas para evoluir teria que ganhar coragem e ser sincera e dizer: "isto está mal".
Numa relação gosto que me critiquem construtivamente. Oiço a critica, pode-me magoar, mas farei por melhorar. Farei o que for preciso para lidar com a situação da melhor maneira. Nas amizades passa-se o mesmo, mas amigos para mim têm de ser o que me complementa. Terão de ser eles a me dizer quando estou errada, ou certa, quando estou a ser neurótica, ou demasiado benevolente. Eles são quem fica do nosso lado e quem nos apoia, nos bons e nos maus momentos.
E para mim, só há relação depois de uma sólida amizade, porque se os admiro como amigos, é porque algo eles têm de que preciso, portanto serão, na sua especificidade, ideais para mim.
Eu fui e sou amada.
"Gotta be somebody for me out there"
(Gotta Be somebody - Nickelback)
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